domingo, 20 de março de 2011

Crítica de 'A vida é doce', de Lobão: Showbizz de janeiro de 2000

Crítica do disco A vida é doce, de Lobão, publicada na revista ShowBizz de janeiro de 2000. Texto assinado por José Flávio Júnior:



Lobão - A vida é doce
Declaração de independência de alta classe


Se você leu as últimas edições de ShowBizz, acompanhou a saga de Lobão. Do seu alardeado abandono pelas grandes gravadoras à iniciativa de fazer um disco em esquema independente. Se aliou a uma produtora, se precaveu judicialmente, inventou um selo e lançou um novo produto: a revista Manifesto Lobão acoplado ao CD inédito e interativo A Vida é Doce, que sai devidamente numerado, para evitar fraude e pirataria. Será que de todos os artistas nacionais só Lobão ouviu Portishead, Nine Inch Nails e Massive Attack? Quem conhece as últimas “preciosidades” de Paralamas ou Titãs sabe a resposta.

A bachariana “Vou Te Levar”, “Universo Paralelo” (essa é beeem Portishead — chamem a Beth Gibbons!), a paulada “Tão Menina”, “Pra Onde Você Vai” e a faixa-título (com seu verso desesperado “Me perdoa/A vida é doce”) estão entre as dez melhores músicas de sua carreira. Depois de uma temporada em coma no início de 1999 e de não conseguir diálogo com seus colegas de profissão, só podia vir com algo nesse nível.

Trip hop em português pode causar certo estranhamento, mas todo mundo não achou ótimo quando Otto fez techno? A trilogia de Nostalgia e Noite está fechada. Aprendam a lição.
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José Flávio Júnior - ShowBizz (jan/2000).

Abaixo, uma das faixas do disco, "Tão perto, tão longe":

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