sábado, 4 de junho de 2011

Depois da capela tem um abismo

Centenário de Juazeiro do Norte # 52

Uma das coisas que mais fascinam na literatura é o seu poder de nos deslocar de um lugar para outro e de um tempo para outro. Cientistas que buscam uma máquina que possa fazer viagens no tempo ainda não se deram conta de que, com bem menos recursos financeiros e parafenálias científicas, os poetas já conseguiram fazer isso há tempos. Um livro é sempre um convite para uma viagem, para uma emoção diferente.

Esse tipo de sensação — de viagem — é o que ocorre sempre que releio o livro Depois da capela tem um abismo, do poeta, professor, crítico literário — e possuidor de um outro sem número de habilidades —, o cratense Marcos Leonel.

O livro, dividido em 12 cantos, conduz o leitor a fazer o caminho em direção ao Horto do Padre Cícero e a continuar seguindo viagem em direção ao Santo Sepulcro — confesso que foi a subida mais fantástica que ja fiz até o Horto, uma viagem mística e cheia de mitologias e reflexões.

Impossível lê-lo e não se sentir fazendo o trajeto. É uma dica de leitura para o Centenário, pois retrata bem alguns dos principais caminhos feitos pelos milhares de romeiros que vêm à cidade de Juazeiro do Norte através do Turismo Religioso.

Trecho do poema:

"Lá em cima vive um povo
Que convive com uma
Estátua grande, maior,
Bem maior que a prergunta:
Como também será
A resposta dessas luzes
Que lá em baixo brilham

Se o povo sofre
E a clemência é tardia,
O remédio que se procura
Está nas plantas,
Na planta dos pés,
E também no que se planta
E brotam a arquitetura
De um plano futuro."

Para conhecer um pouco mais poemas, críticas literárias e muita dica de discos e bandas boas
(e como diz o próprio Marcos Leonel "artes, derivações e aloprações"), acesse e confira: http://marcosleonel.blogspot.com.

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Marcos Leonel, livro Depois da capela tem um abismo. Kabalah Editorial, 2007.

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