quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dois sonetos em homenagem ao Príncipe Ribamar

Centenário de Juazeiro do Norte # 84Embalado pra viagem # 30

Na postagem # 83 do Centenário, divulgamos um texto de José Wilker falando sobre o Príncipe Ribamar.

Hoje recorremos à antologia Juazeiro poético, organizada por Raimundo Araújo e lançada em 1988, e reproduzimos dois poemas que homenageiam o Príncipe.








Príncipe Ribamar
(Ivan Fernandes Magalhães)

Os filtros narcotizantes do amor
Que lhe injetaram na alma rudemente,
Minaram de tal forma a sua mente,
Que o fizeram um vulgar mercador

De sonhos! Viveu com tanto ardor
O seu papel de Príncipe Demente,
Que até uma Gioconda irreverente
Encheu o seu palácio de esplendor!

Seus éditos, chulos e sem graça,
Eram lidos em voz alta, na praça,
E riam todos de suas loucas visões...

Somente eu, Príncipe, não ria de ti,
— Porque como tu, eu também vivi,
Qual mercador de sonhos e ilusões!...
____


Sua Majestade
(Eduardo José P. de Matos)

Com títulos de reinos incabíveis
Guardados em finíssimo escrínio,
Ribamar sonha com tronos e domínio.
— Coisas humanamente impossíveis —

Seus tesouros são tão inconcebíveis...!
Próprios das mentes em legal declínio.
Traz dragonas na roupa irreconhecíveis
E medalhões com brilho em extermínio.

Fala em realizações impraticáveis,
Tem ideias obscuras, inviáveis...
E as defende com têmpera sincera.

Por Príncipe, conhece-o a cidade.
E o povo que lhe deu a majestade,
Deu-lhe as chaves argênteas da quimera.

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