quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

30 anos sem Elis Regina

Grifo nosso # 25

"Elis foi outra cantora que infelizmente nos deixou cedo. A gaúcha conhecida como Pimentinha revelou ou ajudou a popularizar uma grande safra de compositores: Edu Lobo, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Belchior, Aldir Blanc e João Bosco. Além disso, lançou em primeira mão o samba 'Folhas secas', de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. De quebra, fez um LP inteiramente dedicado ao gênero: Samba, eu canto assim.

Elis projetou-se em plano nacional no Festival da Canção de 1965, quando 'arrastou' o público cantando 'Arrastão', de Vinicius de Moraes e do talentosíssimo Edu Lobo, compositor de pérolas como 'Upa, neguinho', também popularizada pela cantora.

(...) Perfeccionista, um pouco ao estilo de João Gilberto, Elis cantou o seu tempo com técnica e emoção. Participou de todos os movimentos que seu espírito irrequieto e suas palavras afiadas pudessem influenciar. Foi dela a voz que acolheu a volta dos exilados pela ditadura militar, em 1979, na música que se tornou um hino da anistia: 'O bêbado e a equilibrista', de Aldir Blanc e João Bosco.

Sobre seu mundo, Elis sintetizou: 'Amo a música, acredito na melhora do planeta, confio em que nem tudo está perdido, creio na bondade do ser humano e intuo que a loucura é fundamental. Agora só me faltam 'carneiros e cabras pastando no meu jardim'. Viver é ótimo'."

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André Diniz, no seu Almanaque do samba: a história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir (Jorge Zahar Editor, 2006).

Em nossa lembrança pelos 30 anos de morte de Elis Regina, completados hoje, dia 19 de janeiro de 2012.

Elis Regina canta "Trem azul" (Lô Borges / Ronaldo Bastos), em uma das suas últimas aparições, no final de 1981:


"Elis Regina, 30 anos depois" (produção do Jornal Zero Hora)

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