segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Eric Rohmer, um breve olhar



por Wendell Borges

O texto que segue tem como proposta traçar um pequeno painel sobre a obra de um dos mais brilhantes diretores franceses, cuja filmografia precisa ser constantemente relembrada, divulgada e apreciada.

Eric Rohmer, ou Maurice Schérer, seu verdadeiro nome, foi um dos grandes cineastas de um dos mais prestigiados movimentos cinematográficos de toda a história do cinema, a chamada Nouvelle Vague francesa, e também um dos primeiros críticos da revista Cahiers du Cinéma. Foi o diretor, talvez, que mais tardiamente tenha recebido prestígio e aclamação da mídia internacional, quem sabe, pela simplicidade de suas obras, que praticamente giram em torno de relacionamentos amorosos filmados com um certo encanto erótico e centrados em diálogos que abordam a resistência à tentação e a reflexão sobre o amor. Rohmer tinha como preferência o uso de atores não profissionais, evitava a música extradiegética em seus filmes, dando preferência aos sons diegéticos surgidos no próprio ambiente de filmagem. Em 1969, com a indicação de Minha Noite Com Ela (1969) à Palma de Ouro em Cannes e ao Oscar de melhor roteiro original, sua obra passou a ser mais vista e criticada internacionalmente.

Dentre suas obras destacam-se o já citado Minha Noite Com Ela, com a bela e charmosa Françoise Fabian (1933) — filme que integra a série «Seis Contos Morais», que conta com dois curtas e quatro longas, com destaque também para A Colecionadora (1967) e O Joelho de Claire (1970). E a quadrilogia chamada de «Contos das quatro estações», na qual ele investiga as ilusões do amor nos filmes Conto de Primavera (1989), Conto de Inverno (1992), Conto de Verão (1996) e Conto de Outono (1998).

Além de cineasta e crítico de cinema, Rohmer também lecionou literatura e chegou a publicar um romance em 1946, sob o pseudônimo de Gilbert Cordier. Após estrear seu primeiro longa em 1959, dirigiu uma série de documentários didáticos para o Centro Nacional de Documentação Pedagógica (CNDP). Em julho deste ano (2013) o Centro Cultural de São Paulo exibiu uma mostra dos filmes de Rohmer, incluindo 8 destes documentários produzidos entre os anos de 1964 e 1969. Em toda a sua carreira recebeu 33 prêmios e 17 indicações. Faleceu em 11 de janeiro de 2010 em Paris, aos 89 anos, deixando uma belíssima filmografia que merece ser conhecida por todos aqueles amantes da sétima arte.
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Wendell Borges é professor de Artes e Língua Inglesa e editor do blog arquivoxdecinema desde 2008.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 02, de 18 de setembro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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