sábado, 18 de janeiro de 2014

Sete curiosidades sobre Truffaut



François Truffaut foi criado por avós maternos, a mãe o rejeitara e o pai ele jamais conheceu. Teve acesso ao mundo das artes através de sua avó, com quem ele aprendeu a gostar de Literatura e Música. Aos dez anos, por ocasião da morte de sua avó, voltou a morar com a mãe que casara com Roland Truffaut – de quem ele herdou o sobrenome já que seu padrasto decidira registrá-lo como filho. Sua relação com a mãe e o padrasto era muito difícil o que o levou a cultivar uma profunda rebeldia que se estendia ao espaço escolar e que o instigou à realização de atos de delinquência – essa experiência serviu como inspiração para realização do filme Os incompreendidos.

Truffaut teve uma juventude problemática: abandonou a escola aos catorze anos, criou um clube de cinema que faliu, foi internado num reformatório pelo padrasto, morou num lar religioso de onde foi expulso, conheceu André Bazin que o auxiliou muito em sua formação sobre cinema, tornou-se autodidata e, quando aparentemente estava se estabilizando, resolveu alistar-se para as Forças Armadas da França arrependendo-se, pouco tempo depois, o que resultou em sua prisão acusado de desertar.

Truffaut entrou para a revista Cahiers du Cinéma, em 1953, ocasião em que escreveu o artigo: «Uma certa tendência do cinema francês» causando polêmica por fazer críticas à qualidade do cinema francês tradicional. Em seis anos ele publicou mais de 170 artigos sobre cinema.

Truffaut e Jean-Luc Godard se conheceram durante os trabalhos realizados na Cahiers du Cinéma e tornaram-se amigos a ponto de, juntos, realizarem um dos mais importantes movimentos de cinema no mundo: a «Nouvelle Vague». Mas, no final da década de 1960, a amizade entre os cineastas foi rompida e uma farta correspondência foi trocada sempre com teor de acusação, intriga e xingamentos. A amizade entre eles nunca foi retomada.

O primeiro filme realizado por Truffaut foi o curta-metragem Uma visita, de 1954. O primeiro filme colorido do diretor foi Farenheit 451, de 1966. O filme A noite americana, de 1973, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, e O último metrô, de 1980, figuram como suas obras mais premiadas.

O filme A noite americana recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro e teve indicações para: melhor atriz coadjuvante (Valentina Cortese), melhor diretor e melhor roteiro original. Recebeu, ainda, o BAFTA nas categorias: melhor filme, melhor direção e melhor atriz coadjuvante. Foi indicado para o Globo de Ouro nas categorias melhor filme estrangeiro e melhor atriz coadjuvante.

Em 1983, após nascer sua terceira filha, Joséphine Truffaut, do seu relacionamento com a atriz Fanny Ardant, ele começou a apresentar os sintomas da doença que o mataria: câncer de cérebro. Ele faleceu em 21 de abril de 1984, na cidade de Neuilly-sur-Seine, onde também faleceram a atriz Bette Davis, o pintor do gênero abstrato Wassily Kandinsky e o escritor Eça de Queirós. 
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Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 04, de 02 de outubro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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